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Horizon

Conhecendo Horizon Zero Dawn

A Guerrilla Games se arrisca em um gênero que não está acostumada, e nos entrega um jogo com muito potencial que infelizmente foi desperdiçado. A Hero Quest te convida a conhecer Horizon Zero Dawn.

Nome Horizon Zero Dawn
Plataforma Playstation 4 Duração 45 Horas
Lançado 28/02/2017 Finalizado 26/06/2017

intro

A Guerrilla Games que era conhecida por ser a desenvolvedora de jogos de tiro em primeira pessoa como Killzone, estreou no mundo dos Action RPG de uma maneira bem ambiciosa.

Horizon Zero Dawn é um jogo que ninguém estava esperando e que pegou muita gente de surpresa quando foi anunciado na E3 de 2015. Desde então o jogo levou 2 anos para chegar na mão dos consumidores, e logo de cara já recebeu a responsabilidade de ser comparado a outro título de peso que também chegou em 2017, o The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

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historia

A raça humana avançou até um ponto onde a criação de criaturas robóticas com inteligência artificial de animais era possível. Pouco se sabe, mas algumas máquinas se tornaram extremamente agressivas, e uma guerra entre humanos e máquinas se estendeu por aproximadamente 1.000 anos, e durante este conflito todo o conhecimento da humanidade foi sendo perdido.

Hoje em dia os humanos passaram a viver em tribos, e apesar de já não entenderem a tecnologia das máquinas, encontraram uma maneira de coexistir com elas. As caças são de maneira esporádica e somente com o objetivo de obter alguns recursos necessários para a criação de ferramentas que facilitam o dia a dia, e é claro que as máquinas tentam se defender como um animal faria.

O jogo nos apresenta a personagem principal chamada Aloy, que aos 6 anos de idade se aventura em uma ruína antiga, e acaba encontrando um dispositivo chamado Focus. O Focus é uma espécie de computador de bordo misturado com uma enciclopédia de realidade aumentada, que além de possuir várias informações do mundo antigo, também oferece diversos tipos de análises em tempo real.

O real motivo de Aloy estar se aventurando em uma ruína antiga sem a supervisão de um adulto, é que ela juntamente com o seu pai foram expulsos de sua tribo quando Aloy era apenas uma recém nascida. Anos se passaram, e Aloy recebe a oportunidade de participar de uma competição de sua antiga tribo, onde o vencedor poderá ganhar um título de bravura, e como consequência Aloy poderia voltar a fazer parte da tribo.

Durante a competição, vemos algumas habilidades que Aloy conseguiu graças ao uso do Focus, mas algo acontece e as máquinas voltam a ficar agressivas e atacam os participantes. Alguns eventos acontecem e Aloy decide partir em uma jornada para encontrar algumas respostas, como por exemplo: O motivo de sua expulsão da tribo, a verdadeira identidade de sua mãe, o que são as máquinas e o porquê elas estão agressivas novamente.

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Parte Boa

Totalmente em português

É isso mesmo, o jogo está 100% traduzido para o nosso idioma, inclusive com as falas dubladas que apesar de parecerem que não existe emoção, ainda assim por temas de acessibilidade são extremamente bem-vindas.

Embora cada vez seja mais comum os jogos saírem no nosso idioma, não são todos que têm a paciência de ficar lendo os textos, e a dublagem pode servir como uma porta de entrada para aqueles que nunca se aventuraram no mundo dos Action RPG.

Existem excelentes títulos que infelizmente só estão disponíveis em inglês, e eu gostaria muito que jogos como este pudessem chamar a atenção dos novos jogadores, para quem sabe despertar o interesse de aprender um novo idioma.

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O Combate

Cada inimigo tem o seu próprio estilo de ataque, e podemos abordar as batalhas de vários modos, assim evitando que as batalhas fiquem chatas ou repetitivas.

Aloy tem o Focus, e podemos utilizá-lo para ter algumas vantagens nos combates, como antecipar a rota dos inimigos para preparar várias armadilhas por exemplo. Com o Focus também podemos fazer uma análise completa do nosso alvo, para saber coisas como os pontos fracos, localização, debilidade contra determinados elementos entre outras informações extras, como uma pequena descrição do inimigo por exemplo.

Atacar o ponto fraco de um inimigo pode ser tão gratificante quanto uma armadilha bem sucedida, e para deixar tudo melhor, o jogo nos permite adicionar melhorias que nos dá uma boa quantidade de customizações para os equipamentos, e deste modo temos muitas opções para adaptar o nosso estilo de combate, como aumentar a penetração de armadura ou dar mais dano de fogo por exemplo. Falando em equipamentos, podemos utilizar vários tipos de flechas, bombas, armadilhas e armaduras.

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Os gráficos

Particularmente não considero se um jogo é bom ou não pelo gráfico, mas algo aqui tem que ser dito, pois o jogo é simplesmente um dos jogos mais bonitos do Playstation 4.

Os inimigos são bem detalhados, e alguns robôs parecem que são feitos por um conjunto de peças mecânicas que se movem de maneira individual, e à medida em que vamos atacando, elas vão se soltando até que o robô se desmonte por completo.

A grama se move com o vento e reage aos personagens, a direção de arte é bela e existem vários efeitos de partículas. Tudo funciona de uma maneira bem fluida e sem engasgar, mostrando como a Guerrilla conseguiu levar o Playstation 4 ao seu limite, e fica evidente que foram gastos muitos recursos do desenvolvimento para conseguir atingir este patamar.

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Parte Ruim

É aprendiz em tudo e mestre em nada

Apesar de se vender como um Action RPG de mundo aberto, o jogo falha em alguns conceitos básicos que não podem ser ignorados. Para entender melhor, vou listar alguns exemplos.

O jogo vende um personagem interessante e uma história épica, mas a história em si é bem genérica se resumindo a busca de respostas da nossa protagonista que se mete em problemas por conveniência do roteiro. O conceito de um mundo que mistura máquinas e humanos é muito mais interessante do que a jornada da protagonista, que ainda por cima sofre com graves problemas de ritmo e carisma.

Existem momentos nos diálogos onde podemos escolher ser amável, malandro ou malvado, mas não importa pois nada vai mudar os resultados dos eventos, os NPCs não vão te tratar de maneira diferente, não existem consequências, e o pior é que o marketing do jogo em cima disso foi bem forte pois era algo que os jogadores queriam.

Além disso, o jogo não nos dá uma sensação de progressão, já que o combate de Horizon foi construído para depender da habilidade do jogador. Em teoria isso seria uma coisa boa, se os desenvolvedores não tivessem implementado um sistema de níveis que é totalmente inútil. Cada vez que subimos um nível, o nosso HP é aumentado e não recebemos nenhum outro benefício, e daqui a pouco eu explico porque o HP não é muito útil nesse jogo, mas seguindo com o raciocínio, é bem comum vencer ou perder batalhas para inimigos que estão 40 níveis abaixo ou acima da gente, pois a única coisa que faz diferença é a nossa habilidade como jogador.

Existem habilidades que podemos comprar que são divididas entre furtivas e não furtivas. Acontece que o jogo foi pensado para ser jogado de modo furtivo, pois quando tentamos atacar um inimigo de frente, logo aparecem os reforços e acabamos morrendo com 2 ou 3 hits, sem importar muito a quantidade do nosso HP, e é por isso que o HP não é tão útil em Horizon. Ao mesmo tempo existem lutas contra chefes onde não podemos ser furtivos por temas de roteiro, então não existe real poder de decisão do jogador, pois o jogo não nos permite jogar livremente da maneira que queremos. Resumindo, sempre invista em habilidades furtivas.

Dito isso, fica claro que não existem motivos para completar as missões secundárias, pois além de serem bem chatas e não adicionarem nenhuma história interessante, as únicas recompensas que conseguimos são experiência para subir de nível e materiais para criação de munição e customização de equipamentos. Se utilizamos o tempo que duraria uma missão secundaria, para batalhar contra os inimigos do mapa, podemos conseguir até mesmo o triplo de recompensa, e assim as missões secundárias se tornam inúteis.

Na verdade vai chegar uma hora em que vamos ter tanto material, que é melhor correr de todos os inimigos até atingir o checkpoint do chefe para ir avançando na história.

No final das contas, o jogo não consegue nos fazer importar com a história, não nos dá liberdade, não sabe recompensar o esforço do jogador, não possui missões secundárias interessantes e não existem incentivos para seguir batalhando.

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O potencial desperdiçado

Volto a repetir, o mundo de Horizon é muito mais interessante que a jornada da protagonista, mas infelizmente os desenvolvedores também não souberam explorar muito bem essa parte.

Quase tudo que explica a mitologia desse mundo é mostrado através de livros, notas, colecionáveis ou áudios, então a menos que o jogador pare para ficar lendo um codex por 2 ou 3 minutos, vai acabar perdendo muita informação valiosa.

Entendo que este é um conteúdo opcional, mas se os desenvolvedores tivessem colocado isso de uma maneira orgânica, dentro de missões secundárias por exemplo, em vez de textos gigantes que temos que encontrar espalhados pelo mapa, com certeza o jogo seria bem mais interessante.

A impressão que tenho, é que se preocuparam demais com os gráficos e deram pouca importância para a história principal, que acabou sendo bem curta e mal aproveitada, pois se concentrava somente em Aloy, e a resposta dos desenvolvedores para isso chegou mais tarde em formato de DLC, e uma continuação recém anunciada.

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Conclusão
RankB

Horizon Zero Dawn tinha um potencial incrível que infelizmente foi desperdiçado. Temos um excelente mundo e uma narrativa fraca, gráficos lindos e personagens sem carisma, combate robusto e sem liberdade ao jogador, várias habilidades para escolher e somos punidos se não jogamos de maneira furtiva.

Resumindo, Horizon Zero Dawn como RPG é um bom jogo de ação.

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 Sogoken
02/07/2017 
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