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Xenoblade Chronicles 2

Obrigatório para quem tem um Switch

Xenoblade Chronicles 2

O jogo que me fez comprar um Nintendo Switch finalmente chegou! Será que ele é tudo aquilo que eu esperava?

  • Nome: Xenoblade Chronicles 2
  • Plataforma: Switch
  • Lançado: 01/12/2017
  • Finalizado: 20/12/2017
  • Duração: 120 Horas

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Introdução

Parte Boa

Parte Ruim

Conclusão

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Para quem não sabe, eu sou um grande fã do Tetsuya Takahashi desde que ele insiste em fazer historias complexas com robôs gigantes. Um dia ainda vou fazer um post completo sobre ele, mas estamos aqui para falar de Xenoblade Chronicles 2.

Esse foi um titulo que pegou todo mundo de surpresa, sendo anunciado no inicio de 2017, com previsão de ser lançado ainda em 2017, algo que obviamente ninguém colocou fé, principalmente depois de termos presenciado tantos atrasos da industria naquele ano.

Como a Nintendo tinha acabado de laçar o Nintendo Switch, e graças ao incrível fracasso do Wii U, a Nintendo sabia que era importante contar com grandes lançamentos, e na parte de RPG, Tetsuya Takahashi tinha a missão de entregar mais uma experiência épica.

Muita gente não jogou os Xenoblades anteriores, mas o primeiro Xenoblade Chronicles com certeza está no meu top 5 de melhores jRPGs da história, pois tem um foco bem forte na narrativa, que é algo que eu simplesmente prezo em qualquer jogo. Já o Xenoblade Chronicles X, foi um jogo que abandonou um pouco a narrativa, para concentrar na exploração e tinha um gameplay bem legal e customizável. Xenoblade Chronicles 2 veio com a promessa de voltar as origens do primeiro Xenoblade, mas adicionando as mecânica de exploração do X, na promessa de ser a experiência definitiva da série.

Vou deixar bem claro logo de cara, que não é necessário jogar os títulos anteriores para jogar este titulo, pois são historias completamente independentes. E como curiosidade, temos a participação de Tetsuya Nomura, um velho amigo de Takahashi que é o responsável por jogos como Final Fantasy VII e Kingdom Hearts, mas aqui apenas fez o character design dos vilões, já que ele trabalha para a Square-Enix e não para a Monolith Soft.

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História

Neste mundo existem os Drivers, que são pessoas especiais que podem despertar pequenos cubos de energia transformando-os em Blades. As Blades são armas muito poderosas que quando despertadas ganham um corpo físico, sentimentos e algumas características herdadas de seu Driver. Quando o Driver perde a vida as Blades voltam ao formato de cubo, e quando são despertadas por outro Driver, não carregam nenhuma memória de seu despertar anterior.

Em Xenoblade Chronicles 2 controlamos Rex, um jovem scavenger que mergulha no mar de nuvens para encontrar tesouros de uma civilização perdida em troca de dinheiro. Em um de seus trabalhos, Rex é contratado para resgatar uma certa carga de um navio afundado. Esta carga seria Pyra, uma misteriosa Blade que ainda carrega as suas lembranças mesmo sem ter um Driver. Por algum motivo de Spoiler, Rex é assassinado e Pyra oferece metade da sua vida na condição de que Rex ajude a ela a chegar ao Elysium, que é um lugar sagrado, bem protegido, onde ninguém nunca foi e que aparentemente é o lugar onde Deus vive.

Rex não vê motivo para não ajudar a Pyra, e juntos iniciam a aventura em direção ao Elysium.

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Parte Boa

Narrativa

Em Xenoblade Chronicles 2 temos uma narrativa simples e profunda ao mesmo tempo. Isso significa que existem vários graus de entendimento da história, de forma a agradar vários públicos, partindo de uma premissa simples enquanto toca em questões filosóficas sobre racismo, religião e desigualdade social de uma forma muito sutil, fazendo com que quem não consiga pegar as referências, possa prosseguir na história sem nenhum problema.

A base é a típica narrativa anime shounen que o herói vence com o poder da amizade, e não me entendam mal, pois essa é uma narrativa muito poderosa quando bem executada e traz consigo vários momentos épicos e empolgantes. Inclusive as cenas de ação e as batalhas deste jogo são de tirar o fôlego que valem muito a pena.

Tudo funciona com um bom uso de plot twist, que tem como objetivo quebrar a expectativa do jogador, mostrando situações que ele não esperava, gerando assim o interesse em saber como vão resolver a próxima situação. É claro que quanto mais tempo exposto a este tipo de mídia, mais difícil é gerar a quebra de expectativa, mas não posso negar que estes momentos foram bem executados mesmo em alguns casos em que eu percebia o que ia acontecer, mas sinceramente, não poderia pensar em soluções melhores.

Outro recurso recorrente aqui, é o uso de fanservice, que basicamente são designs, cenas ou situações feitas exclusivamente para agradar o público alvo. Por exemplo, este é um jogo que tem como público jovens garotos adolescentes, então existem várias personagens femininas com curvas avantajadas e roupas coladas em situações comprometedoras, se tornando alvo de muita crítica, mas que eu simplesmente adoro.

Outro ponto importante da narrativa é que os personagens são criados com a intenção de fazer você se importar com eles. O jogo vai revelando o background dos protagonistas, antagonistas e personagens secundários conforme a história vai avançando para manter a atenção do jogador. Existe uma preocupação em explicar as motivações de cada personagem, tanto dos heróis quanto dos vilões, dando uma maior profundidade ao enredo que vai conectando tudo de uma forma convincente. É claro que existem furos aqui e ali na narrativa, mas não o suficiente para tirar o seu brilho.

E apesar deste titulo levar o 2 no nome, ele pode ser jogado sem nenhuma preocupação, pois não depende dos títulos anteriores para ser aproveitado. O jogo até faz algumas conexões e referências com a história do primeiro jogo, mas a menos que você seja um fã de carteirinha da franquia, vai tudo passar despercebido, o que neste caso é bom para os dois públicos.

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Exploração

A série Xenoblade geralmente é conhecida por sua exploração, e neste título não foi diferente. Aqui as pessoas vivem em cima dos Titãs, que são criaturas gigantes que navegam pelo mar de nuvens. Cada Titã é tem seu formato único e cada ambiente casa bem com o Titã.

Gormott por exemplo é inspirado na girafa, por ser um animal alto, existe um sistema de marés, o que te permite a acessar determinados lugares na maré alta, e outros lugares totalmente diferentes na maré baixa. É uma mecânica bem interessante, pois isso dá uma dinâmica na exploração. Outra mecânica que ajuda nesse dinamismo é o fato de podermos escolher entre a noite e o dia, o que faz mudar os inimigos e até mesmo a disponibilidade de algumas quests.

Assim como Gormott, cada Titã tem sua própria beleza de encher os olhos, e os mapas são gigantescos com vários lugares a serem explorados, e o jogo sabe te recompensar, oferecendo itens e experiência a cada novo lugar encontrado, além da maravilhosa vista que estes lugares proporcionam.

As músicas são compostas principalmente pelo Yasunori Mitsuda, que também é responsável pelas musicas de Xenogears, Chrono Trigger e Chrono Cross. As músicas são excelentes e além de encaixar bem com os Titãs, conseguem passar bem o sentimento para cada situação. Por exemplo, existem alguns inimigos que são Unique e que geralmente são mais poderosos e por isso apresentam maior perigo, então quando toca a música de batalha deles, já me concentro ou é morte na certa.

Falando em morte na certa, o jogo te incentiva a morrer, e o que eu quero dizer com isso, é que sempre que você morre o respawn é quase instantâneo e o jogo não te pune por isso. Ou seja, se quer chegar naquela plataforma mas acha que não vai dar, pode tentar sem medo. Será que da para passar por aquele monstro no level 90 que está no primeiro mapa? Parece algo bobo, mas o jogo não te deixa com medo de explorar, e graças a isso você pode enfrentar o mesmo desafio de várias formas diferentes, então quando você consegue roubar o tesouro daquele monstro super poderoso que você conseguiu passar sem morrer, é bem gratificante.

O jogo também tem uma mecânica chamada Heart-to-Heart event, que são pequenas situações ou diálogos que só podem ser ativadas em determinados pontos do mapa. Geralmente essas cenas tem como objetivo aprofundar mais a relação entre os personagens, ou tirar boas risadas do jogador, mas não dá nenhuma vantagem no gameplay e nem interfere na jogabilidade, sendo algo que só serve para enriquecer o laço do jogador com os personagens.

Claro que como estes eventos estão espalhados pelo mapa, podemos usar o fast travel para viajar rapidamente até estes pontos, pois eles geralmente são ativados em determinados momentos da história principal, fazendo com que tenhamos que voltar a lugares que já exploramos antes. Quando dormimos no Inn, geralmente algum personagem da party vai comentar que deveriam visitar determinado lugar, e nesses lugares são onde tem os eventos Heart-to-Heart. As main e side quests também são marcadas no mapa.

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Blades

A principal mecânica de batalha do jogo é o uso das Blades. Existem Blades genéricas e Blades raras, e cada Blade tem seu elemento e estilo de combate que afeta diretamente na jogabilidade do Driver. Cada Driver pode ter até 3 Blades equipadas, e cada Blade possui 4 artes. Podemos utilizar as artes e trocar de Blades sempre quando o cooldown acaba, além dos ataques automáticos é claro.

Podemos equipar acessórios nas Blades e nos Drivers para melhorar status ou dar vantagens na batalha, como por exemplo aumentar ou diminuir o Aggro, que é o responsável por fazer o inimigo atacar a você em vez de outro membro da equipe. Os Drivers também tem uma arvore de Skills, que podem ser habilitadas utilizando pontos que são acumulados durante as batalhas. Já as Blades podem consumir determinados itens, que vão dar mais ataque, bloqueio ou acerto crítico para arma que ela possui.

Somente os Drives tem level e as Blades são melhoradas utilizando um sistema de afinidade. Cada Blade tem um mapa de habilidades que aumenta os status do Driver e vão sendo destravadas ao cumprir determinados requisitos. Por exemplo, utilizar determinada arte 10 vezes, matar determinado inimigo, obter determinada quantidade de Trust que são pontos de confiança que ganhamos enquanto utilizamos a Blade nas batalhas, entre outras coisas. Esse sistema dá uma dinâmica bem interessante, porque assim o jogo deixa de ser sobre matar monstros para acumular experiência, e passamos a nos preocupar também com outros aspectos da batalha.

Além disso cada Blade tem um Role que pode ser Ataque (ATK), Cura (HRL) ou Defesa (TNK). Consequentemente cada Driver ganha um Role ao equipar uma Blade, por exemplo, se Rex equipar 3 Blades de ATK, ele vai ganhar bônus no ataque e consequentemente vai dar um maior dano. Isso te permite a criar diferentes estratégias no campo de batalha, como por exemplo utilizar um personagem com um maior foco no ataque, enquanto outro se concentra na defesa fica responsável por receber os danos utilizando as mecânicas de Aggro, ou um time onde todos podem curar bastante, ou ainda que seja totalmente equilibrado onde todos podem fazer de tudo e etc.

É importante comentar que cada Blade rara tem o seu próprio ilustrador convidados, além de possuir suas próprias quests que tem direito a cenas especiais com CG e diálogos dublados. Geralmente essas quests te permite conhecer mais sobre a Blade, além de habilitar determinadas skills em sua árvore de afinidade, o que é bem legal pois existem Blades que realmente são muito interessantes, como a KOS-MOS de Xenosaga por exemplo. Outro exemplo legal é que a Soraya Saga, esposa do Tetsuya Takahashi, participa como ilustradora para uma das Blades, e para quem não sabe, Soraya Saga foi uma das principais roteiristas de Xenogears e Xenosaga. Um dia ainda falo mais sobre ela.

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Batalhas

Toda Blade tem uma arte especial que vai carregando enquanto damos auto-ataque. Essa arte vai do nível 1 até o nível 4 e ataca utilizando o elemento da Blade. O uso deste elemento é importante, pois todo inimigo é fraco contra determinado elemento, e quando utilizamos este elemento contra ele, o dano é bem maior. Existem outras mecânicas que podem ser utilizadas para aumentar o dano, como por exemplo artes que dão maior dano quando atacamos o inimigo por trás, ou pela lateral.

Outra mecânica importante é a mecânica de combos. Algumas artes dão status especiais nos inimigos que são Break, Topple, Launch e Smash. Se conseguimos executar estes status nesta ordem e no mesmo inimigo, geramos um combo que dá um dano absurdo, além de fazer com que o inimigo drop alguns itens.

O outro combo que podemos executar, é utilizando as artes especiais. Quando executamos uma arte especial no lvl 1, vai aparecer no canto superior direito, qual elemento deve ser utilizado no lvl 2, e no lvl 3, gerando o combo. Como dependemos do auto-ataque para carregar a arte especial, é necessário ir atacando enquanto trocamos de Blades para ir alterando os elementos, mas também podemos solicitar ajuda aos outros membros da party para ajudar a completar o combo, utilizando os botões de gatilho.

Quando executamos cada combo desses, uma esfera fica orbitando o inimigo com a cor do elemento utilizado no final do combo, e existe uma barra branca vai carregando do lado superior esquerdo. Quando essa barra completa 3 níveis, podemos apertar o start, e com isso executamos o ultimate combo que tem um dano absurdo, e que aumenta dependendo da quantidade de esferas que está rodeando o inimigo. Quanto maior o dano utilizado ao derrotar um inimigo, melhores são os itens que vamos receber, lembrando que essa barra também é utilizada para reviver algum personagem caído no campo de batalha em troca de 1 nível.

Quando andamos, deixamos de atacar automaticamente, e isso é bem importante pois a cura é feita por porções que vão se espalhando pelo chão, então temos que decidir se vamos deixar de atacar para recuperar um pouco do HP, ou se continuamos atacando para completar os combos. Isso tudo deixa a batalha bem mais dinâmica e quando você aprendemos como funciona, ficam bem divertidas.

O jogo também te permite controlar qualquer outro personagem da party, e outro ponto interessante é que se você está por volta de 10 níveis acima dos inimigos do mapa, eles não vão te atacar a menos que sejam atacados por você, o que é bem interessante pois isso te permite explorar sem se preocupar em lutar contra inimigos que não te dão nada de experiencia.

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Outras mecânicas

O jogo te da experiência por vários outros métodos que não envolvem batalhas. Essa experiência extra você pode utilizar sempre que ir ao um Inn, permitindo o jogador escolher se vai utilizar essa experiência extra para ficar mais forte e deixar o jogo mais fácil, ou se ele vai na raça, utilizando apenas a experiência ganhada em batalha.

Algumas outras mecânicas de combate, só são liberadas muito na frente da história, o que não é necessariamente ruim, pois o jogo consegue sempre se manter fresco, e para quem quiser existem vários outros desafios depois da história principal que vão desde inimigos Unique super poderosos, até quests e dungeons que dependem que você tenha um level bem avançado, sendo totalmente opcionais e bem recompensadoras ao mesmo tempo.

Mais conteúdo será disponibilizado futuramente por DLC, incluindo um new game+ que contém alguns extras, além de novas Blades. O bom de ter várias Blades, é que com certeza você vai encontrar alguma que te agrade. Outro ponto positivo é que o jogo pode ser jogado no modo portátil, te permitindo gravar sua partida livremente em qualquer ponto do jogo.

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Parte Ruim

Side Quest e Navegação

As side quests de forma geral são horríveis. Geralmente elas são desinteressantes e existem muitos passos para serem completadas.

Por exemplo, algumas side quests só são habilitadas em determinados pontos da história, fazendo com que você tenha que voltar em cidades antigas para ativar. Depois de ativas você geralmente tem que recolher determinada quantidade de material ou matar determinada quantidade de inimigos. O maior problema aqui, é que já não temos ideia de onde estes itens ou inimigos estão, então temos que ficar rodando pelos mapas que são gigantescos na tentativa de completar a quest, que no final nem é tão recompensadora assim.

Outro ponto negativo é a navegação pelo mapa que é terrível, pois para ver o mapa completo, temos que abrir o menu do mapa só para ter ideia de onde estamos indo. Cada vez que abrimos esse menu, temos que escolher qual é o Titã e depois em qual parte do Titã estamos, para só aí poder ver o mapa completo de onde estamos. Felizmente essa mecânica foi parcialmente corrigida por updates, facilitando um pouco a vida dos novos jogadores.

Espalhado pelo mapa, também temos alguns pontos ou tesouros que só são acessados utilizando habilidades de determinada Blade. O problema é que devemos equipar a Blade correspondente para acessar estes recursos. Por exemplo, consideremos uma situação onde existe uma parede que pode ser quebrada ao utilizar uma Blade com lvl 6 do elemento terra. Então seguindo a lógica devemos equipar uma Blade com o lvl 6 do elemento terra, ou 2 Blades com o lvl 3 ou ainda 6 Blades com o lvl 1, na verdade não importa desde que a soma seja o lvl 6. Então só para derrubar essa parede, foi necessário alterar grande parte da equipe, sendo que seria muito mais fácil se o jogo considerasse todas as Blades que estão na reserva para poder ativar a mecânica, e isso acontece o tempo inteiro.

Isso sem comentar que nem todas as Blades possuem todas as Skills necessárias, fazendo com que você tenha que manter várias Blades. Chega um ponto que você está com tanta Blade, que fica difícil gerenciar todas elas, te obrigando a sempre verificar com cuidado os status de cada Blade sempre que necessitamos equipar-las. É claro que esses obstáculos são opcionais, mas sinto que essa mecânica da forma que funciona mais atrapalha do que diverte.

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Criação e evolução das Blades

Para acordar cada Blade é necessário utilizar um cristal que geralmente conseguimos ao derrotar os inimigos. O problema é que a chance de pegar uma Blade rara é totalmente aleatória. Teve varias vezes que eu despertei mais de 30 Blades genéricas, antes de conseguir uma que valesse a pena. E cada vez que você vai despertar uma Blade existe uma demorada animação, que não tem como pular, te obrigando a ver a mesma animação 30 vezes seguidas.

Outro problema é que a Blade vem aleatoriamente para cada Driver, e caso você queira passar uma determinada Blade de um Driver para o outro, você não pode. Aliás, até tem como fazer isso, mas essa troca depende de um item que é extremamente raro, fazendo com que você tenha que se adaptar ao que vem, restringindo a liberdade do jogador.

Existe uma mecânica de Ideas, que em teoria te ajuda a tirar Blades melhores de determinado elemento mas o problema é que para aumentar o nível de Ideas, é necessário aumentar a afinidade com outras Blades no intuito de destravar pontos de Idea. O problema é que para aumentar 1 lvl de Idea demanda muito tempo, o que fica praticamente inviável. Eles até melhoraram isso em alguma atualização, mas é um processo que não é nada prazeroso de ser executado.

Algumas Blades tem skills que são habilitadas da pior forma possível. Por exemplo, ter que gastar 200.000 em itens no shop, recolher determinados itens pelo mapa, falar com determinada quantidade de NPC entre outros. E o maior problema disso é que a maioria das habilidades nem fazem tanta diferença nas batalhas, fazendo com que percamos o interesse em evoluir as Blades que não vamos utilizar, e sinceramente, as Blades genéricas não valem seu tempo.

E como temos tantas Blades não utilizadas, foi criado o sistema de missões de Blades. Esse sistema te ajuda a aumentar a afinidade com as Blades de forma automática, onde basicamente enviamos elas para missões que geralmente geram experiência e ganhamos itens. O problema é que essas missões demandam muito tempo, sendo que as demandas mais avançadas precisam de horas para serem completadas. E quando digo horas, são horas jogadas, não adianta desligar hoje e voltar a jogar amanhã, e nem alterar o horário do sistema, se a missão precisa de 2 horas, são 2 horas jogando.

Enquanto as Blades estão em missão, nós não podemos utilizar elas em batalhas, e o problema disso é que mandamos as Blades para aumentar a afinidade, mas nem aumenta tanto assim e os itens e experiência que ganhamos também não valem a pena em comparação ao tempo que ela ficou fora em missão. A intenção foi boa, mas infelizmente é outra mecânica mal executada.

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Outros problemas

Até agora falamos mecânica desbalanceadas que precisavam ser melhoradas, agora vou comentar mecânicas que deveriam ser eliminadas da face da terra.

Existe uma mecânica de pouch, onde o personagem utiliza algum item que da um bônus momentâneo. Geralmente estes bônus não são tão bons assim, mas em algumas ocasiões o jogo te exige saber qual item é o item favorito de determinado personagem em troca de habilitar alguma Skill de sua arvore de afinidade. Essa é uma mecânica extremamente chata que com certeza poderia ter sido eliminada.

Outra mecânica é o sistema de coletar itens pelo mapa. Espalhado pelo mapa encontramos alguns pontos brilhantes que nos dá vários itens, como insetos, vegetais, madeiras e etc. O ponto negativo disso, é que em alguns momentos novamente o jogo te obriga a pegar determinado item que não temos ideia de onde poderiam ser encontrados, e somos obrigados a encontrar por tentativa e erro. Me dá a impressão que tentaram inflar as horas do jogo, uma vez que isso toma mais tempo do que o necessário, mas ai eu lembrei que essa maldita mecânica também existe nos jogos anteriores da série.

Outro ponto que poderia melhorar, é que cada mapa tem um clima especial, que muda completamente os inimigos do mapa. O grande problema disso é que o jogador não tem o menor controle sobre este clima. Por exemplo, eu estava em um mapa com monstros no lvl 40 que também era o meu level. Ai fiz um fast travel e quando voltei os monstros estavam no lvl 80 e eu não conseguia avançar na história porque os monstros me matavam antes que eu pudesse chegar ao meu destino. Tive que ficar enrolando fazendo outras coisas em outros mapas até que o jogo decidisse voltar esse mapa ao normal. Seria muito melhor se este clima pudesse ser controlado pelo menu ou por algum item por exemplo.

E infelizmente existem alguns pontos que até poderiam ser considerados como furo no roteiro, que não posso dar detalhes ou seriam spoiler. Mas para quem jogou, um exemplo seria o porque uma determinada pessoa passou uma determinada Blade para o Addam. É claro que dá para interpretar de várias formas e encontrar uma explicação plausível, mas o roteiro simplesmente não convenceu ninguém, deixando aberto para a interpretação do jogador de um modo que eu aposto que não foi intencional.

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Localização e lançamento

Se tiver a oportunidade, jogue o jogo no idioma original, pois além da dublagem ser muito melhor, se você está acostumado com o mundo dos Animes, vai entender várias expressões e bordões que foram totalmente perdidos na hora da tradução. Por exemplo, tem uma cena em que o Tora tenta a ensinar a Pyra a ser M.O.E, chamando o Rex de Oni-san, e isso quando foi localizado perdeu totalmente o sentido. Outro ponto é que vários nomes foram alterados. Por exemplo, Mytra na verdade se chama Hikari, que significa luz e provavelmente foi traduzido assim para não ficar Light, que algumas pessoas poderiam confundir com a Lightning de Final Fantasy XIII

Também existe um mapa gigante que é bem vazios e pouco explorado. Entendo que talvez tenha saído assim para conseguirem entregar o jogo ainda em 2017. Essa teoria fica ainda mais forte quando vemos os vários problemas de desempenho, como delay de renderização e quedas de performance quando o jogo está no modo docking, além do gráfico horrível quando está em modo portátil, sendo considerado o jogo mais feio do Nintendo Switch em modo portátil. Mas claramente a maioria destes problemas foram corrigidos nos últimos updates, mostrando que talvez o fator tempo realmente tenha afetado no desenvolvimento.

E outro problema é o balanceamento. Se você está enfrentando um inimigo comum que está 1 nível acima do seu, você vai ter dificuldade de vencer. Do mesmo modo que se o inimigo estiver 1 nível abaixo do seu, você não sentirá dificuldades. Isso não é necessariamente um problema, mas é bem curioso ver que o jogo tenta nos limitar por level de personagem e não por habilidades do jogador.

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Conclusão

RankA

Xenoblade Chronicles 2 sem duvida nenhuma foi um titulo que me consumiu completamente, e por ser portátil facilitou muito para que eu pudesse jogar sempre que tivesse um tempinho livre.

Sua excelente narrativa, personagens carismáticos, batalha divertida, um mundo interessante de se explorar com vários momentos épicos, quase nos fazem esquecer os defeitos que este titulo possui, principalmente porque a maioria dos defeitos se apresentam nos opcionais do jogo.

Infelizmente não conseguiu superar o primeiro Xenoblade na narrativa, que por sinal ainda é o meu favorito da franquia, mas nem de longe este é um título ruim, e com certeza é obrigatório para qualquer pessoa que gosta de jRPG e tem um Nintendo Switch.

Comprei o meu Switch por culpa desse jogo, e não me arrependi nenhum pouco. Mas essa é minha opinião, e você pode deixar a sua logo abaixo nos comentários, pois ainda tem muita coisa que eu gostaria de discutir sobre essa franquia.


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 Sogoken
22/01/2018 
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