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Nier Automata

Platinum ajudando Yoko Taro a se destacar

Nier Automata

A parceria da Square Enix com a Platinum Games, veio com força total e ajuda a Yoko Taro, que nunca foi conhecido por apresentar um bom gameplay nos seus jogos, a se destacar e ganhar o reconhecimento que merecia.

  • Nome: Nier Automata
  • Plataforma: Playstation 4
  • Lançado: 07/03/2017
  • Finalizado: 14/01/2018
  • Duração: 48 Horas

Sumario

Introdução

Parte Boa

Parte Ruim

Conclusão

intro

Nier Automata foi lançado no início de 2017, e foi fruto de uma parceria entre a Square Enix e a Platinum Games.

O Nier original era um título obscuro, sendo um spin off da série Drakengard, mas que finalmente está ganhando aos poucos o reconhecimento do público, tanto que a Square Enix já declarou que Nier receberá investimento para poder estar junto com outras franquias de peso como Final Fantasy e Dragon Quest.

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História

Milhares de anos depois dos acontecimentos do Nier original, a Terra foi invadida por seres de outro planeta, e iniciaram uma guerra contra a humanidade utilizando robôs.

Devido a essa invasão, o que restou da humanidade fugiu para a lua. Foi criado uma organização chamada YoRHa que fabrica e comanda Androides e que tem a missão de combater estes robôs na tentativa de recuperar a Terra.

O jogo começa quando controlamos a unidade YoRHa 2B em uma missão na Terra, e que mais tarde encontra a unidade 9S e acabam lutando contra um robô gigante. Depois de uma difícil luta, os dois são encurralados, e eles não têm outra opção a não ser se auto-destruírem.

Os androides da YoRHa podem transferir sua consciência para outros corpos, se tornando de certa forma imortais, mas infelizmente 9S não teve tempo de fazer backup de seus arquivos antes de explodir na missão anterior, e por este motivo perde totalmente as memórias que possuía da 2B.

É extremamente proibido que androides tenham sentimentos, mas o fato de 9S não se lembrar mais da 2B, acabou abalando ela de alguma forma. E aqui a história segue acompanhando essa interação entre os dois nesta luta da humanidade contra os robôs, e vamos descobrindo que as coisas não são o que parecem ser.

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Parte Boa

A narrativa de Yoko Taro

Yoko Taro é bem conhecido pelos enredos complexos de seus jogos, e Nier Automata não é diferente.

A luta da humanidade contra os robôs, é apenas uma desculpa para tratar temas como existência, propósito e autoconhecimento. Tudo aqui é filosófico, e existem várias quebras da quarta parede para nos fazer pensar e entender que o jogo está se referindo a nós o tempo inteiro.

O lado ruim disso, é que muita gente não vai perceber essas referências, ou entender o brilhantismo de Yoko Taro, mas com certeza essa é uma experiência única para aqueles que conseguirem entender a mensagem passada.

Acredite, é super difícil comentar sobre isso sem dar spoilers, mas com certeza vale a pena entrar em uma discussão sobre Nier Automata, depois que terminar o jogo.

Também é importante comentar que apesar de ser uma continuação do Nier original, que por sua vez é uma continuação de um dos finais do primeiro Drakengard, não é necessário jogar os títulos anteriores para aproveitar Nier Automata. É claro que existem muitas referências espalhadas por toda parte, mas para quem nunca jogou os títulos anteriores essas referências não farão a menor falta.

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Finais alternativos básico

O jogo conta com 26 finais diferentes, um para cada letra do alfabeto. Acontece que somente alguns são importantes ou interessantes, enquanto os outros geralmente apresentam algumas linhas de texto comentando sobre o que aconteceu, servindo mais como uma piada.

Ou seja, para cada ação tomada que não deveria fazer sentido para a situação apresentada, um final diferente é mostrado. Por exemplo: Existe um momento em que alguém está sendo atacado pelos robôs e pede sua ajuda. Se você resolver não ajudar e ir para outro lugar, o jogo vai apresentar um dos 26 finais, e isso acontece pois o fato de você não ajudar naquele momento, seria considerado um paradoxo e não permitiria a história seguir o seu curso natural.

Sempre que fizermos algum final, temos a opção de seguir jogando com todos os equipamentos, dinheiro, itens e level, fazendo que com que nunca percamos tempo investido no jogo. Então pode comprar aquela espada que dá maior dano e não precisa ter medo de arriscar algo diferente.

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Finais alternativos avançado

Existem outros finais que são importantes que citarei a seguir.

Começamos jogando com a 2B, e quando terminamos o jogo com ela, acessamos o final A. Depois temos que jogar os mesmos eventos da rota A, mas agora controlamos 9S. Yoko Taro faz isso intencionalmente, pois ele quer que o jogador reconsidere várias situações que foram apresentadas anteriormente, incluindo maiores detalhes e cenas extras. De qualquer forma quando terminamos com 9S acessamos o final B.

Muita gente parou de jogar Nier Automata, quando terminou a rota A, mas ai vem a grande surpresa, pois a rota A e a rota B é equivalente a apenas 50% da história, os outros 50% vemos na rota C ou D.

Na rota C ou D, jogamos com 9S e alternamos com A2 entre determinados eventos. O fato de acessar o final D ou C, depende da escolha que fazemos ao final. Terminando a rota C ou D, o jogo abre um modo que nos permite escolher qual capitulo queremos jogar, nos permitindo ver o final D se anteriormente escolhemos a rota C e vice-versa, sem a necessidade de jogar tudo de novo.

Ao terminar as rotas anteriores, o jogo te permite enfrentar a rota E, que é um shooter contra os créditos do jogo. Essa parte é bem difícil, mas podemos utilizar ajuda de outros jogadores online para vencer. Depois de vencer o jogo te pergunta se você também quer ajudar outros jogadores que estão enfrentando a rota E, e caso responda que sim, todos os seus saves serão apagados, e eu não estou brincando.

Também existem outros 2 finais relacionados ao Emil, que é um personagem do Nier original. Existe uma side quest que explica mais sobre o que aconteceu com ele.

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A Platinum com uma pitada de Keiichi Okabe

Yoko Taro nunca foi conhecido por apresentar uma boa jogabilidade em seus jogos. Na verdade todos os seus títulos anteriores tinham uma jogabilidade bem abaixo da média, e por este motivo a Platinum teve um papel super importante aqui.

Não sei como eles conseguiram, mais o jogo é lindo, responde bem e roda a 60 quadros por segundo sem nenhum slow down, mesmo com múltiplos inimigos na tela e vários efeitos de luz e partículas. O jogo consegue passar uma sensação bem gostosa ao executar combos ou navegar pelo mapa, tudo acontece de forma fluida e responde bem. É difícil de explicar, e por isso recomendo que pelo menos jogue a demo para entender o que quero dizer.

Por outro lado a parte sonora que já era destaque no Nier original, volta ainda mais poderosa em Automata. Keiichi Okabe e sua equipe mais uma vez nos entrega músicas incríveis, que facilmente poderiam ser apreciadas em sua playlist preferida. As músicas sempre combinam bem com a situação apresentada, e algumas delas possuem várias versões para conseguir passar o sentimento do clima daquele momento ou situação.

Também vale a pena comentar que é possível jogar Automata com o áudio em Japonês, e isso pode alterar a letra de algumas canções. A dublagem japonesa como sempre é excelente e foi a que utilizei para terminar o jogo.

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Mecânicas, jogabilidade e etc

Nier Automata mistura o gênero hack and slash com elementos RPG, além de misturar outros elementos de shooter e bullet hell. O motivo disso é para variar o gameplay e sair um pouco da rotina de esmagar botões.

2B por exemplo possui ataques fracos e fortes, podemos equipar espadas pequenas que são mais velozes, espadas grandes que tem maior dano e são mais lentas, podemos lutar com os punhos, que é extremamente veloz, mas tem um alcance curto, além de lanças. Cada arma tem seu set de movimentos e podemos ir alternando entre elas para criar vários combos.

9S não é um androide de combate como 2B, então só pode equipar uma arma por vez e é mais lento além de ter um alcance menor. Mas 9S possui uma habilidade de 2B não possui, que é o modo Hacking. Quando ativamos este modo, abre um pequeno puzzle de shooter, que ao vencer nos dá algumas opções como, explodir ou controlar o inimigo. Algumas pessoas não gostam desses puzzles de shooter, mas garante uma boa variada no gameplay.

A2 seria uma mistura entre 2B e 9S. Também existem momentos onde assumimos uma espécie de armadura, e a jogabilidade passa a ser 100% bullet hell, e o jogo já não considera os chips que estamos equipados.

Falando nisso, podemos equipar alguns chips nos androides de forma limitada. Estes chips garantem habilidades como por exemplo, mais hp ou maior dano em ataques a distância, entre vários outros. É super importante escolher os chips de maneira adequada, pois eles vão mudar totalmente a maneira de se jogar, o que é extremamente bom, já que é possível adaptar o jogo de acordo com o seu modo de jogar.

Por ter um limite de quantos chips podemos equipar por vez, é importante evoluir estes chips que podem evoluir até o level 8. Por exemplo, se você tem dois chips lvl 4 que garantem 50% de ataque, ao equipar os dois você terá 100% de ataque como bônus. Mas se em vez disso você equipar somente um chip lvl 8, também terá 100% de bônus. Lembrando que os chips nunca vão somar além do bônus de um chip lvl 8, ou seja, mesmo que equipe dois chips lvl 8, você não terá mais de 100% de bônus, ou o jogo ficaria ainda mais roubado.

E sim, se você fizer bom uso dessas técnicas é possível facilitar o jogo horrores, mas não se preocupe, Automata conta com 4 níveis de dificuldade, sendo que o último é hit kill, ou seja, se algum inimigo te acertar, você morre na hora. Também é importante comentar que tanto os chips quanto as armas podem ser comprados em lojas ou encontrados pelo mapa. E como comentei anteriormente, tudo que você adquirir será levado para o próximo gameplay em uma espécie de new game plus.

Falando em morrer, sempre que morremos adquirimos um novo corpo, e isso quer dizer que todos os chips equipados são perdidos, mas não se preocupe, assim como em Dark Souls temos a opção de recuperar o nosso corpo com os itens que estão equipados nele. Isso é, se você não morrer de novo. Se estivermos conectados no online, podemos encontrar o corpo de outros jogadores pelo mapa, e o jogo nos dá a opção de adquirir os bônus dos chips que eles tinham equipado temporariamente, ou você pode consertar este corpo para que ele seja seu aliado temporariamente. É claro que algumas vezes eles dão a louca e te atacam, mas nada que não possa ser solucionado com um pouco de violência.

E por algum motivo, assim como no Nier original, podemos pescar.

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Parte Ruim

Fast Travel

Ganhamos a habilidade de utilizar o fast travel somente em um ponto mais avançado no jogo, e como consequência temos que fazer muito backtracking no início do jogo na tentativa de completar as side quests.

E mesmo depois que o fast travel é liberado, viajar de uma área para outra pode tomar até 20 segundos, e dependendo das habilidades de movimentação que você tenha equipado, é mais rápido correr até o destino, que utilizar o fast travel por exemplo.

Também existe a possibilidade de montar animais para avançar pelo mapa mais rapidamente, mas sinceramente é meio inútil pois não podemos invocar estes animais e geralmente o mapa possui vários obstáculos onde eles não podem passar.

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Preso no mesmo mapa

Nier Automata tem um mapa relativamente pequeno, o que significa que vamos revistar os mesmos lugares mais de uma vez.

O jogo tenta modificar os mapas, na tentativa de dar um ar de novidade, mas verdade seja dita, você estará passando pelos mesmos lugares de novo e de novo, o que pode se tornar bem repetitivo depois de dúzias de horas. Essa situação complica ainda mais quando começamos a fazer as side quests.

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Um jogo que não vai agradar a todos

Existem várias side quests que são simplesmente ruins. Ou temos que ir do ponto A para o ponto B, ou temos que encontrar alguns itens dropados por inimigos, que na verdade nunca sabemos bem onde conseguimos encontrar. Além de algumas dependerem da pesca, ou caça a animais.

Outro ponto negativo é que o jogo possui muita história em texto, ou seja, temos que encontrar estes textos espalhados pelo mapa, ou evoluir as armas, na tentativa de aprender mais sobre este mundo, e não me entenda mal, acho ótimo ter mais informação sobre este mundo, mas penso que existem maneiras melhores de passar essa informação que não seja somente através de codex.

Para ter ideia, existe uma parte onde basicamente jogamos uma visual novel, com o objetivo de aprofundar mais nos pensamentos do personagem, mas de novo, existem maneiras melhores de apresentar a história, e quem não gosta deste gênero terá problema, pois são partes obrigatórias. Outras partes obrigatórias são as relacionadas com shooter, ou seja, se você queria um RPG de ação, e não se dá bem com shooters, poderá ter dificuldade em passar algumas etapas do jogo.

Entendo que o objetivo é variar um pouco o gameplay, mas não é algo que vai conseguir agradar muitas pessoas. Na verdade a mecânica de jogar a mesma história sobre a perspectiva do 9S já não agradou muitos "jornalistas" e "críticos" que consideraram o jogo curto demais.

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Conclusão

RankA

Nier Automata é mais que um simples jogo, é uma mensagem do Yoko Taro para os jogadores. O único motivo que não permitiu Yoko Taro alcançar mais pessoas, era que seus jogos anteriores não possuíam uma boa jogabilidade, algo que a Platinum ajustou com maestria.

Ainda assim este jogo não é um título para todos, mas aqueles que conseguirem dar uma chance, com certeza terá uma experiência única que vale a pena ser conquistada.

Um detalhe interessante é que este foi o primeiro jogo que eu platinei na vida, e isso foi graças a ideia louca do Yoko Taro permitir comprar os troféus utilizando o próprio dinheiro do jogo. Fica a dica!


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 Sogoken
12/02/2018 
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