Review  
Ys VIII

A melhor surpresa do ano!

Ys VIII

A famosa franquia da Falcom que fez a sua estreia no Playstation 4, foi de longe a melhor surpresa que tive neste ano.

  • Nome: Ys VIII: Lacrimosa of Dana
  • Plataforma: Playstation 4
  • Lançado: 21/07/2016
  • Finalizado: 14/05/2018
  • Duração: 64 Horas

Sumario

Introdução

Parte Boa

Parte Ruim

Conclusão

intro

Ys é uma das principais franquias da Falcom que aos poucos vem se tornado minha desenvolvedora favorita. Eu já tinha ouvido falar de Ys antes, mas nunca tinha realmente jogado nenhum título da série, por tanto era um jogo que eu não esperava nada.

Desenvolvido originalmente em 2016 para o Playstation Vita e Playstation 4, mais tarde chegou para steam e este ano foi a vez do Switch, e foi o primeiro Ys totalmente em 3d que nos permite movimentar a câmera livremente. Logo que saiu, os fãs reclamaram que a tradução feita pela NIS América estava mal feita e tinha vários erros ortográficos, mas um patch para correção veio mais tarde junto com um pedido de desculpas, e o resultado ficou muito bom.

Apesar do VIII no título, este jogo se passa cronologicamente entre Ys V e YS VI, e é considerado o melhor título para iniciantes da série, então se você quer conhecer a série Ys, e não sabe por onde começar, este jogo é perfeito para você.

Ys VIII

Voltar ↑

História

O jogo começa mostrando o navio Lombardia que saiu de Xandria, e está indo em direção ao continente de Eresia. Como todo Ys (com exceção do Origin), controlamos Adol, e temos a oportunidade de conversar com todos os tripulantes do navio. Quando estamos passando perto dos arquipélagos do mar Gaete, somos atacados por um gigante monstro marinho.

Depois da batalha épica, nosso navio é afundado e despertamos em uma misteriosa ilha deserta. O objetivo do jogo é encontrar os sobreviventes do navio e dar um jeito de fugir da ilha. Mas é claro que essa é só a ponta do iceberg, e para não dar spoilers vou apenas dizer que essa ilha possui vários mistérios, monstros que deveriam estar extintos, uma civilização antiga em um roteiro que mistura profecia com viagem no tempo para o nosso entretenimento.

Ys VIII

Voltar ↑


Parte Boa

Acampamento

Como comentei anteriormente, temos que encontrar os sobreviventes do navio que foi naufragado. No jogo criamos um acampamento, e conforme vamos encontrando os sobreviventes, o acampamento vai sendo modificado no melhor estilo Suikoden. No total são 24 personagens recrutáveis, o que pode parecer pouco quando comparamos com as 108 estrelas do destino, mas diferente de Suikoden, os personagens aqui são extremamente bem trabalhados.

Cada sobrevivente que se junta ao nosso acampamento ganha uma função, afinal todos estamos tentando sobreviver para sair da ilha. Então alguns vão te ajudar a criar itens, outros te ensinam a pescar, criar armas, cuidar das plantas, fazer remédios, etc e etc.

Essa mecânica de montar uma base recrutar pessoas para crescer, é uma mecânica que eu gosto muito, e apesar deste ser o primeiro Ys com este tipo de mecânica, a Falcom conseguiu acertar na mão, pois não ficou massante e ao mesmo tempo misturou bem com o enredo do jogo.

Ys VIII

Voltar ↑

Crafting

Diferente de outros jogos da série, não existe dinheiro aqui, tudo no jogo é conseguido trocando materiais que vamos encontrando pelo mapa ou derrotando inimigos. Podemos trocar materiais para criar armas, armaduras, acessórios, medicamentos e etc.

Também podemos utilizar esses materiais para fortalecer a base. De vez em quando nosso acampamento é atacado por monstros, e temos a possibilidade de adicionar catapultas, melhorar as cercas entre outras melhorias para nos ajudar defender.

Quando esses ataques acontecem, iniciamos uma espécie de raid, onde lutamos contra várias hordas de monstros, e temos que impedir que os monstros entre no acampamento. Então enquanto vamos lutando, os outros membros do acampamento vão nos ajudando lançando ataques nos dando bônus ou cura para derrotar os inimigos.

A dificuldade de cada raid vai depender do quanto estamos bem preparados. Depois de terminar a raid, vamos obter um Rank que quanto maior, mais materiais raros vamos receber. Quanto mais raro for o material, melhores serão os itens que podemos criar.

Ys VIII

Voltar ↑

Profundidade dos personagens

A Falcom é especialista em fazer bons NPCs, então cada personagem que encontramos tem a sua própria história e personalidade única, o que dá um toque de realismo e imersão. São vários estereótipos diferentes aqui, desde o melhor amigo aventureiro, passando pela garota tsundere até chegar ao almofadinha de nariz em pé. Os personagens são bem interessantes e dá para ver o carinho que Falcom teve nessa franquia.

Adol por outro lado, é o famoso protagonista mudo, mas em vários momentos podemos escolher entre duas opções de diálogo. Essas opções não mudam nada na história, mas mesmo assim eu gosto da falsa sensação de poder escolher os diálogos.

Existe um sistema de afinidade com cada sobrevivente, que ao completar determinada quest ou pedido, vamos aumentando a nossa aceitação. Ao chegar no nível máximo, além de ganhar um item, liberamos uma cena de interação entre Adol e o sobrevivente, o que não muda nada na história principal, mas é bem interessante porque conhecemos mais sobre aquele determinado personagem, fora que eles crescem e amadurecem durante a jornada.

Existem também várias referências aos jogos anteriores de Ys, como por exemplo o Dogi, a espada que Adol usa na primeira batalha do jogo, uma certa pessoa que aparece no quarto jogo da série, entre outras referências, o que é uma adição bem legal para os fãs de longa data.

Ys VIII

Voltar ↑

O mundo

Apesar de ser uma ilha, os mapas aqui possuem uma variedade bem grande e são áreas abertas com vários inimigos diferentes e muito material para coletar, o que é extremamente incrível, considerado que esse jogo foi pensado para rodar também no Playstation Vita.

É bem divertido explorar o mapa, e tem lugares que só são possíveis de ser acessados, com a ajuda de um determinado item de exploração, ou quando encontramos determinada quantidade de sobreviventes. Os itens de exploração te ajuda a escalar algumas paredes, andar debaixo da água, dar pulo duplo entre outras habilidades. Também existem dungeons que podem ser exploradas durante a noite, essa exploração é totalmente opcional porque isso aumenta a dificuldade da dungeon, mas em troca conseguimos melhores itens.

Como temos que voltar nos mesmos lugares várias vezes, ou em busca de material, ou porque agora podemos acessar uma área que antes não era possível, o jogo adicionou o fast travel que é muito bom e podemos utilizar basicamente de qualquer lugar do mapa a qualquer momento, o que facilita muito na exploração dos cenários. A única exceção são os chefes e as dungeons noturnas, nesses momentos o fast travel é desabilitado.

Outra coisa que facilita na exploração, é que toda missão, seja primária ou secundária, ficam marcadas devidamente no mapa, então mesmo que você seja um 0 à esquerda no inglês, é possível terminar o jogo sem grandes dificuldades.

O jogo também te permite salvar a qualquer momento, e também tem a função de autosave o que ajuda muito quando morremos, apesar de o jogo ser relativamente tranquilo na dificuldade normal, então morrer aqui é um pouco difícil se estamos bem preparados. Mas como o jogo tem vários níveis de dificuldade, essa função ajuda bem a galera que arrisca na dificuldade nightmare.

Ys VIII

Voltar ↑

Combates

É possível jogar com qualquer membro da nossa party, e o combate de cada um muda drasticamente de um pro outro. Podemos ativar 3 personagens e deixar os outros 3 como reserva, e cada personagem tem um atributo que pode ser slash, piercing ou smash, e os inimigos têm um tipo de fraqueza contra esse atributo, então é altamente recomendado ir trocando de personagem enquanto vamos avançando pelos mapas, e como essa é a ideia do gameplay, podemos alternar entre os personagens ativos com um simples toque de um botão.

Cada personagem tem suas próprias skills que ao utilizar vai gastando uma barra de foco. Essa barra é compartilhada entre os personagens ativos, e vai recarregando automaticamente durante as lutas ou utilizando algum item. Além dessa barra existe outra barra que se chama Extra, que serve para dar uma espécie de especial que dá um dano devastador.

O combate é bem rápido e fluido, e o jogo te incentiva a sair correndo e matando tudo. Nosso personagem pode bater, pular, usar especiais, defender e esquivar. Ao defender ou esquivar no momento específico, não tomamos dano (flash guard) ou deixamos tudo em câmera-lenta (flash move).

Os chefes são bem feitos, e a mecânica de combate vai mudando de um pro outro. Tem chefe que apenas temos que bater, existem outros que temos que causar dano em determinado lugar para poder vencer, outros temos que utilizar um determinado item, etc e etc. Isso adiciona um pouco de variedade nos combates, e cria aquele sentimento de lutar contra um chefe.

Ys VIII

Voltar ↑

Final e extras

O jogo possui 3 finais diferentes, sendo que quanto mais coisas você fizer, mais cenas vão sendo adicionadas ao final, e isso é basicamente o que diferencia um do outro. O final completo é extremamente satisfatório e me deu aquela sensação de experiência completa.

Depois de terminar, o jogo te abre uma espécie de new game plus, que você pode começar desde o início, ou pode começar a partir do último capítulo. Neste modo podemos habilitar algumas vantagens, como manter o equipamento ou o lvl do save anterior. Fora isso é possível acelerar todas as falas ou cutscenes do jogo, o que ajuda bastante quando estamos jogando o título novamente.

Também existem roupas customizadas que cada personagem pode vestir, o que muda completamente a aparência dele. Infelizmente a maioria das roupas são conseguidas através de DLC paga, a versão do Vita tem algumas roupas que a versão do Playstation 4 não tem, mas parece que a versão do Switch tem todas essas roupas incluídas.

Japonês adora pescar, então a Falcom adicionou um minigame de pesca que é bem legal, é possível colecionar os peixes e algumas vezes pescamos mini chefes que dá para dar uma suadinha na hora de vencer. Esse minigame é totalmente opcional, mas ele sabe recompensar a quem investe seu tempo aqui, pois é possível ganhar vários materiais raros.

O jogo também te permite escolher entre o áudio Inglês ou Japonês, o que é extremamente bem-vindo, pois não gosto muito da dublagem em Inglês. E também existem itens que aumentam permanentemente seus status (hp, str, def), fora outras mecânicas que te permite abusar do jogo, onde ficamos praticamente invencíveis.

E por último, a história e o gameplay com a Dana é muito bom, e simplesmente me pegou de surpresa. Só para entender a atenção que a Falcom teve com esse jogo, eles criaram um modelo 3D, totalmente jogável, só para ilustrar uma situação na história que tomou nem 20 minutos de gameplay.

Ys VIII

Voltar ↑


Parte Ruim

Quests e missões secundárias

No meio do acampamento tem um quadro onde podemos obter várias quest que vão sendo adicionadas a cada capítulo. Cada quest tem seu período de duração, e se não completamos ela dentro do tempo limite, não tem como voltar atrás. Infelizmente a grande maioria das quests são do tipo: mate tantos inimigos ou junte determinado número de material.

Além das Raids, o jogo tem as Hunts que em vez de defender nosso acampamento, atacamos determinados pontos do mapa para conseguir recursos. Ambas as mecânicas são bem parecidas, e também tem várias missões opcionais que podem ser bem enjoativas, já que temos que fazer a mesma coisa repetidamente várias vezes.

Fora que algumas vezes estamos do outro lado do mapa, e recebemos um aviso que nosso acampamento está sendo invadido, aí temos que parar tudo que estamos fazendo, para voltar e ajudar a defender todo mundo. Quando acontece a primeira vez é legal, mas depois enche o saco.

Ys VIII

Voltar ↑

Vilões e outros detalhes

Eu particularmente queria que tivesse um vilão mais imponente que colocasse mais medo. Infelizmente a narrativa de um ser extremamente mal que quer derrotar nossos heróis já não funciona tão bem hoje em dia, mas eu realmente queria um inimigo mais épico. Saudades do Dark Fact.

Antes do inimigo final, o jogo basicamente recicla todos os chefes anteriores no melhor estilo Mega Man de ser. Por um lado é legal ver como estamos fortes e destruímos os chefes rapidamente, mas por outro lado, são os mesmos chefes, ou seja, mais do mesmo sem nenhuma mudança e eu particularmente gostaria que tivesse um extra, uma versão overpowered por exemplo.

No mapa existem algumas paredes invisíveis, que não nos deixa passar. Por exemplo, não dá para pular por cima de cadeiras, mesas, algumas pedras entre outros obstáculos. Isso não prejudica necessariamente a experiência, mas tira um pouco da liberdade, porque se o jogo nos permite pular, era muito mais fácil nos deixar pular por cima dos obstáculos do que ter que dar a volta.

E por último, a trilha sonora de Ys geralmente é muito boa, inclusive é uma série que é conhecida por sua trilha sonora, mas existem alguns momentos, principalmente em alguns mapas, que o Rock não casa tão bem com o ambiente que estamos. Isso foi algo que estranhei bastante, mas com o tempo é possível acostumar, pois as músicas são boas.

Ys VIII

Voltar ↑


Conclusão

RankA

Ys VIII: Lacrimosa of Dana é um jogo extremamente bem feito, e é incrível pensar que ele tem tanto conteúdo, e ao mesmo tempo pode ser jogado no Playstation Vita.

É claro que não é um jogo perfeito, mas apesar de as missões secundárias serem extremamente genéricas e entediantes, o combate rápido e fluido nos incentiva a matar mais inimigos para melhorar nosso acampamento e equipamentos para enfrentar novos desafios, e isso sem falar na história bem trabalhada que sempre te deixa com vontade de saber o que vai acontecer depois.

Esse jogo me fez querer conhecer mais da série Ys, e esse mundo tão incrível que no Japão é lembrado juntamente com outros clássicos da época como The Legend of Zelda por exemplo.

Com certeza fica aqui a minha recomendação.


Voltar ↑

Também em vídeo





 Sogoken
08/09/2018 
 Veja Também  
 Comentários