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O bom filho a casa torna

A série que finalmente está ganhando popularidade no ocidente está de volta ganhando até mesmo personagens jogáveis no Super Smash Bros Ultimate.


  • Nome: Dragon Quest XI: Echoes of an Elusive Age
  • Plataforma: Playstation 4
  • Lançado: 04/09/2018
  • Finalizado: 14/10/2018
  • Duração: 103 Horas


intro

Depois de 13 anos sem sair para um console de mesa, finalmente Dragon Quest está de volta com um título Triple A que esteve em produção por 4 anos pela própria Square Enix, utilizando a Unreal Engine 4 como base. Bom, também saiu para um portátil, utilizando outra plataforma, mas esse não conta porque nunca saiu do Japão.

Yuji Horii está de volta com a sua equipe e entregaram duas versões de Dragon Quest XI, uma para Nintendo 3DS e outra para o Playstation 4 em 2017 no Japão. Em 2018 o resto do mundo recebeu a versão para Playstation 4 e Steam, que vinha com diálogos dublados, algo que a versão japonesa não tinha, mas retiraram a possibilidade de jogar o jogo totalmente em 2d, algo que ficou somente com a versão de 3DS.

Em 2019 chegou para o Nintendo Switch o Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age - Definitive Edition que como o próprio nome já diz, é a versão definitiva do jogo que traz dublagem em japonês, possibilidade de jogar em 2d igual no 3DS, músicas orquestradas e conteúdo adicional que expande ainda mais a história do jogo.

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historia

Tudo começa no mundo de Erdrea, quando o reino de Dundrasil é invadido por um exército de monstros. Depois vemos um bebê boiando no rio perto da vila Cobblestone, que é resgatado e adotado por um velhinho.

Vários anos se passam e o bebê agora já é um jovem rapaz, que ao ter problemas para completar seu ritual de maioridade, tem o passado revelado e parte em busca do rei de Heliodor para descobrir o seu destino.

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Parte Boa

A Jornada

Já escutaram aquele típico ditado que diz que o importante não é o destino, e sim a jornada? Então, esse ditado se aplica perfeitamente para a história de Dragon Quest XI.

Como vimos no meu resumo da história, não existe nada particularmente interessante. Se trata da genérica aventura do herói para salvar o mundo, mas o importante aqui é a maneira em que a história é contada, ou seja, da forma mais épica possível que poderíamos esperar de um JRPG clássico.

Todos os personagens do seu grupo são extremamente carismáticos, e a narrativa justifica porque encontramos cada um e porque eles tem que seguir conosco em nossa jornada. O protagonista é uma folha de papel, um personagem mudo no estilo Link de Zelda, e por isso é bem fácil se projetar nele, por outro lado, os personagens da sua equipe são bem expressivos e tem qualidades e defeitos. Te garanto que no final você vai terminar gostando de todos eles.

A versão original japonesa que saiu em 2017 não existia nenhum diálogo dublado, porque segundo o diretor, os japoneses estavam acostumados com os jogos de Dragon Quest sem dublagem, e por isso decidiram direcionar os recursos para outras partes do projeto. Essa decisão foi muito criticada pelos próprios japoneses quando receberam o título.

Com planos de lançar o jogo em 2018 para o resto do mundo, o jogo já estava pronto, e por essa razão puderam dublar todos os diálogos importantes, e mesmo eu não gostando de dublagem em inglês, essa foi uma das melhores que escutei no mundo dos videogames, e a dublagem realmente faz a diferença na hora de dar o tom das cenas, seja para o humor ou para o drama. Isso foi corrigido na versão do Switch, que inclui a opção de escutar as vozes japonesas.

Apesar do jogo ser bem linear, ainda temos o sentimento de liberdade. Por exemplo, existe um momento onde podemos decidir a ordem entre várias rotas, mas não importa qual a sequência de rotas o jogador escolher, as cenas vão se adaptar para fazer sentido. Apesar de não serem adaptações drásticas que mudam completamente a história, os ajustes ajudam bastante para a imersão, mostrando a preocupação dos desenvolvedores com a narrativa.

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Post Game

Esse jogo é gigantesco, e quando “terminamos” a história principal, é quando alcançamos mais ou menos 75% da história, porque depois ainda temos muito conteúdo que não é opcional, e literalmente continuamos a história. Nessa segunda etapa, temos mini arcos com cada um dos personagens secundários, para depois apreciar o verdadeiro final da maneira mais épica possível.

Esses mini arcos são bem interessantes porque aprofundamos mais na personalidade e passado de cada membro do grupo, e criamos laços mais profundos com eles. Fica até difícil escolher quem vai fazer parte das batalhas, porque todos são diferentes, tem habilidades únicas e queremos estar com todos.

Apesar do jogo ser longo, nunca sentimos que o jogo ta arrastando, o ritmo se mantém e sempre queremos saber o que vai acontecer depois. As dungeons geralmente tem o tamanho ideal para um JRPG, e no geral o jogo não é difícil e nem injusto se o jogador tem um mínimo de preparação. Esse sem dúvida é um bom título para os iniciantes no gênero.

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Moderno que não deixa de ser clássico

Praticamente tudo que existia de bom em Dragon Quest VIII, encontramos aqui. O combate ainda é o clássico por turnos, e temos a opção de programar táticas para os personagens lutarem automaticamente. Também existe uma árvore de habilidade para cada personagem onde podemos liberar movimentos e habilidades únicas de cada um.

O sistema chamado peep, é um sistema que pode ser ativado de maneira aleatória quando recebemos muito dano. Com o peep ativado ficamos mais fortes por um breve período de tempo, e também podemos ativar habilidades especiais que são únicas do personagem, e quando temos mais de um personagem com o peep ativado, podemos utilizar habilidades em equipe com até três participantes ao mesmo tempo. Existem vários tipos de habilidades especiais, que dão dano, ataque em área, buffs, cura, e até mesmo uma para sumonar slimes metálicos, e todo conhecedor de Dragon Quest sabe que isso significa experiência extra.

No jogo temos um cavalo para avançar mais rápido pelo mapa, mas também existem momentos em que temos que escalar montanhas ou atravessar rios por exemplo, e para isso vamos ter outros tipos de transportes e montarias para dar uma variedade na exploração.

Existem várias áreas para explorar e cada área é bem ambientada com inimigos que podemos ver pelo mapa e que combinam bem com o cenário. Também existe o botão de pulo e graças a isso o jogo adiciona bastante elementos de plataforma, que não são obrigatórios, mas sabem recompensar o jogador com moedas, itens ou baús para incentivar a exploração.

Falando em itens, podemos utilizar-los para craftar equipamentos, e o sistema de crafting apesar de ser bem simples, é bem divertido. As receitas conseguimos em baús pelo mapa ou completando algumas sidequests e o legal é que a maioria das armaduras que mudam a aparência dos personagens, conseguimos através do crafting, servindo de incentivo para quem quiser investir seu tempo.

Espalhado pelo mapa também temos acesso a vários acampamentos onde além de craftar, podemos descansar para recuperar o hp e mudar o horário do dia. Fazendo isso, vamos ter o sistema de dia e noite que vai influenciar nos NPCs e monstros que podemos encontrar pelo mapa, além de ativar algumas quests que só podem ser solucionadas de dia ou de noite.

Como todo bom RPG, também temos o sistema de fast travel para facilitar a nossa vida, e para finalizar não posso deixar de citar os momentos cômicos de zueira como o lendário puff-puff ou a parte em que viramos um bailarino no desfile gay.

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Parte Ruim

Nem tudo é perfeito

O sistema de peep tem uma falha bem grande, que é o fato de ser ativado de maneira aleatória fazendo que seja totalmente ao acaso. Isso é extremamente negativo porque tira do jogador qualquer estratégia referente a esse sistema. É um sistema que está lá, mas que o jogador não pode contar com ele.

Outra ponto negativo é que apesar dos mapas serem gigantescos, muitas vezes não existe nada para fazer porque são mapas vazios. Entendo que hoje em dia é um ponto de vendas que os jogos tenham mapas gigantescos, mas infelizmente prejudica a navegação se não tem nada de interessante para fazer.

Quando utilizamos o barco, ainda temos batalhas aleatórias bem no estilo dos Dragon Quests antigos, e não entendo porque tomaram essa decisão, sendo que não é difícil adicionarem monstros aquáticos pelo oceano igual acontece nas outras áreas. Também existe o fato de que não podemos explorar todos os mapas em 100% até chegar no post-game, que acaba nos obrigando a revisitar mapas antigos para saber se não perdemos algum item ou segredo escondido. Sei que é opcional, mas considero como uma má escolha de design de mapa.

E por último a maioria das sidequests são genéricas como levar o item A ao ponto B. Apesar de terem boas recompensas, poderiam colocar um esforço maior na criação de cada sidequest ou entregar itens mais raros como as seeds que te permitem habilitar toda a árvore de habilidades dos personagens, pois de maneira convencional que é subindo de nível, o jogo não permite habilitar tudo.

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A música clássica

Todo os direitos autorais das músicas de Dragon Quest pertencem a Koichi Sugiyama, isso significa que a Square Enix não pode simplesmente adicionar as músicas de Dragon Quest sem a autorização de Sugiyama, e o problema disso tudo é que ele é um velhinho que pensa como alguém dos anos 50.

Isso significa que que Sugiyama liberou apenas a versão em MIDI para o Dragon Quest XI, e por isso todas as músicas são de baixa qualidade, estragando a experiência do jogador com um loop curto de melodias que podem ocupar incríveis 16 canais de informação criando músicas como um bom e velho Super Nintendo faria.

A comunidade de jogadores conseguiram criar um patch para trocar todas as músicas originais do jogo, por versões orquestradas que Sugiyama vende separadamente, corrigindo assim a versão da Steam. E de alguma forma a Square Enix conseguiu fazer o mesmo para a versão do Nintendo Switch, e assim, a versão do Playstation 4 é a única que sofre com músicas de baixa qualidade.

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Conclusão

RankS

Dragon Quest XI consegue melhorar tudo que vimos em títulos anteriores, e sem abandonar as raízes, consegue entregar um jogo espetacular com uma história simples, que é contada da melhor maneira possível.

Existem algumas falhas que poderiam ter sido corrigidas, e a maioria delas foram em Dragon Quest XI S para o Nintendo Switch, que também adiciona conteúdo extra na narrativa, e se tornou a edição definitiva para qualquer pessoa que gosta ou simplesmente quer conhecer a série Dragon Quest, ou até mesmo para dar os primeiros passos no mundo dos JRPG.


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 Sogoken
08/07/2020 
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