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Xenosaga Episode I

Xenosaga Episode I - Robôs, Filosofia e Fantasmas Espaciais!

Você já imaginou um jogo onde tem robôs gigantes, fantasmas espaciais, filosofia complicada e até um objeto misterioso com nome de Bíblia? Pois é! E se eu te disser que esse jogo também tem cenas tão longas que dá até pra ir na cozinha, preparar um lanche e voltar antes da próxima luta? Pois esse é o mundo de Xenosaga Episode I – Der Wille zur Macht, um dos RPGs mais corajosos e doidos que nunca saíram do PlayStation 2.

O nome parece difícil, né? Parece até senha de Wi-Fi de laboratório secreto. Mas calma que eu te explico. Esse é só o começo de uma série gigante, feita por um cara chamado Tetsuya Takahashi, que já tinha criado outro jogo muito famoso chamado Xenogears. E ele não gosta de coisa simples, viu? Aqui, ele juntou ciência, religião, robôs e perguntas difíceis tipo: o que é a alma? De onde viemos? Pra onde vamos?

Mas não precisa se assustar. A gente vai conversar sobre tudo isso de um jeito leve, divertido e sem precisar virar filósofo, tá? Então se ajeita aí, porque agora a gente vai viajar por um universo cheio de naves, teorias malucas e muita coisa pra pensar.

Pra começar, vamos entender a história.

A aventura começa com Shion Uzuki, uma cientista superinteligente que trabalha numa empresa gigante chamada Vector. Ela tá cuidando de um projeto muito importante: a criação da KOS-MOS, uma androide de combate com superpoderes. Só que o universo tá passando por um problema sério: criaturas chamadas Gnosis estão aparecendo do nada. Elas são como fantasmas espaciais — atravessam tudo e não dá pra atacar com armas normais.

Logo no início do jogo, essas criaturas atacam, e a KOS-MOS, mesmo ainda inacabada, resolve agir sozinha pra proteger todo mundo. E o mais impressionante: ela desobedece ordens pra fazer isso! Imagina um robô que pensa por conta própria? Pois é… isso dá o tom do jogo. Ele quer fazer você pensar.

Depois disso, a coisa só fica mais complicada. Aparecem reinos interplanetários, religiões galácticas, empresas com segredos sombrios e um objeto chamado Zohar, que pode ser a chave pra tudo... ou o fim de tudo. E mesmo com tantos personagens novos entrando na história, é a KOS-MOS que rouba a cena. Ela não fala muito, mas cada vez que aparece, você percebe que ela é muito mais do que parece.

Ah, e se você gosta de assistir desenho animado, vai gostar de saber que esse jogo tem muitas cutscenes. Muitas mesmo. Às vezes, parece que você tá assistindo a um filme inteiro antes de jogar de novo. Tem gente que ama, tem gente que cansa. Eu mesmo já fiquei mais de meia hora só vendo cena sem apertar botão nenhum.

Mas não é só de história que vive um RPG. Então agora vamos falar da jogabilidade!

Quando o jogo finalmente deixa você pegar no controle, o combate até que é bem legal! Ele é em turnos, tipo um jogo de tabuleiro, onde você precisa pensar bem antes de agir. Cada personagem tem Pontos de Ação, que servem pra atacar ou usar golpes especiais. E se você guardar esses pontos por um tempo, pode soltar um combo superforte que faz o inimigo voar longe.

Tem também uma barra de reforço que, quando enche, deixa você agir antes do inimigo. E uma roleta de bônus, que dá prêmios como mais pontos de experiência ou cura extra. Aí você fica pensando: “Será que espero mais um turno pra ganhar XP dobrado ou ataco logo?” Isso deixa cada luta mais divertida.

Só que tem um probleminha: se um personagem não participa da luta, ele não ganha experiência. E o jogo adora trocar seu time de surpresa! Resultado: você vai ter que treinar personagens que nem gosta tanto, enfrentando os mesmos inimigos várias vezes só pra subir de nível. E isso pode cansar.

Agora, se tem uma coisa que salva tudo, são os mechas. Em certo ponto do jogo, alguns personagens ganham robôs gigantes pra lutar. E quando eles entram na batalha, parece até cena de anime! É muito legal. Só que você tem que usar com sabedoria, porque eles não se curam sozinhos e precisam de upgrades manuais. Mas a sensação de controlar um robôzão desses é demais.

E por onde a gente anda nesse universo?

Os lugares em Xenosaga são bem diferentes do que se vê em outros RPGs. Em vez de florestas e castelos, aqui a gente anda por naves espaciais, laboratórios futuristas e estações abandonadas. Tudo tem um ar de mistério, com corredores silenciosos, luzes piscando e computadores estranhos. Às vezes, parece até que o jogo esqueceu de colocar música! Mas não é por acaso. Esse silêncio dá um clima mais tenso e faz a gente prestar mais atenção em tudo ao redor.

E mesmo que os lugares pareçam meio parecidos, cada canto tem um detalhe ou uma gravação escondida que conta mais sobre a história do universo. Mas não espere por mapas abertos ou liberdade total. O jogo é bem linear. Você vai andando num caminho quase como se estivesse em uma esteira. Pra quem gosta de explorar cada pedacinho, isso pode ser legal. Mas se você prefere se perder por aí, talvez ache meio apertado.

E por trás de tudo isso, tem uma história de bastidor bem interessante.

O criador do jogo, Takahashi, queria fazer uma saga de seis partes. Mas quando ele trabalhou na Square, só deixaram ele lançar um jogo — e nem foi a história toda! Frustrado, ele saiu da empresa com a esposa e fundou a Monolith Soft. E com apoio da Namco, eles começaram do zero.

O motor gráfico do jogo, que é tipo a base de tudo, só ficou pronto seis meses antes do lançamento! Então muita coisa precisou ser feita correndo. Por isso os personagens quase não mostram emoções e os cenários parecem meio vazios. Mesmo assim, dá pra ver o carinho da equipe em cada detalhe. Eles colocaram temas filosóficos, nomes difíceis e ideias profundas em tudo. E isso acabou deixando o jogo com uma identidade bem única.

Agora vamos falar sobre como foi a experiência de jogar tudo isso.

Xenosaga é daqueles jogos que misturam momentos incríveis com outros que fazem a gente bocejar. Tem cenas que grudam na cabeça, como quando a KOS-MOS salva a nave por conta própria ou quando os Gnosis aparecem do nada em uma estação fantasma. Nessas horas, o jogo mostra todo o seu potencial. Você sente tensão, emoção, e pensa: “Uau, isso foi demais!”

Mas também tem momentos em que você só quer jogar, e o jogo não deixa. Fica te mostrando cena atrás de cena, com diálogos longos sobre coisas difíceis de entender. Aí o ritmo cai, e você fica meio perdido.

As batalhas, quando acontecem, são bem legais. E usar os mechas é sempre um show à parte. Mas o excesso de treinamento e os personagens trocando toda hora atrapalham um pouco. Mesmo assim, quando tudo encaixa — história, música, combate — o jogo brilha.

E pra gente fechar, bora colocar tudo na balança.

Os pontos positivos são muitos: a história é diferente de tudo que você já viu, o combate faz você pensar antes de agir, a KOS-MOS é uma personagem incrível, e o universo é cheio de segredos escondidos. E claro, controlar mechas gigantes nunca perde a graça!

Mas também tem seus defeitos: as cenas longas demais cansam, alguns personagens são difíceis de gostar, o grind obrigatório pode frustrar e o visual não envelheceu muito bem. E a música, que é linda, aparece bem pouco.

Ah, e tem uma coisa importante: o jogo nunca foi lançado oficialmente em português, mas existe uma tradução feita por fãs que deixa tudo muito mais fácil de entender.

No final, Xenosaga Episode I é como aquele livro complicado que ninguém entende direito no começo, mas que deixa uma marca forte em quem se arrisca a ler até o fim. Ele não é perfeito, mas é especial.

Minha nota? Um B bem merecido. Não é o melhor RPG do mundo, mas é um dos mais corajosos. Ele tentou algo diferente, teve falhas, mas conseguiu criar uma experiência que até hoje dá o que falar.

Se você gosta de histórias malucas, personagens robóticos com sentimentos e lutas cheias de estratégia, esse jogo pode te surpreender. Mas se você prefere aventura rápida e ação sem pausa, talvez ele não seja pra agora.

Obrigado por assistir, e nos vemos por aí!

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 Sogoken
20/04/2025 
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