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Ys1

O Jogo tão famoso quanto Zelda no Japão

Ys1

Essa é a primeira parte dessa incrível duologia de Action RPG da Nihon Falcom que não é tão conhecida no ocidente, mas que merece a nossa atenção.

  • Nome: Ys I & II Chronicles+
  • Plataforma: PC
  • Lançado: 14/02/2013
  • Finalizado: 02/07/2018
  • Duração: 10 Horas
intro

Ys: The Vanished Omens ou Ys: Ancient Ys Vanished Omen, foi o primeiro jogo da série Ys, lançado pela Nihon Falcom originalmente em 1987 para o PC-8801. Ele saiu entre Dragon Quest e Final Fantasy, mas diferente destes clássicos, o jogo tem um combate voltado para o Action RPG, e a história sempre se passa no mesmo mundo e tem o foco nas aventuras de Adol Christin.

O título foi originalmente escrito e programado por Tomoyoshi Miyazaki e Masaya Hashimoto, que mais tarde saíram da Nihon Falcom para criar a Quintet, que foi a empresa responsável por jogos como Illusion of Gaia, Soul Blazer e Terranigma.

O primeiro Ys tem versões para vários sistemas, mas eu particularmente recomendo a versão do TurboGrafx-CD de 1989 que tem vozes para as falas, e boas cenas animadas. Eu joguei a versão da Steam, que pensava ser a mais completa, mas infelizmente não é tão completa como pensei, mas apesar disso é uma das versões mais acessíveis no momento.

Infelizmente Ys ainda é uma série que não é tão popular no ocidente, eu mesmo nunca tinha me interessado por ela, até jogar o Ys VIII, e por causa desse jogo resolvi tentar a série desde o início. Então preparem-se para ler muito sobre Ys, pois eu praticamente tomei uma overdose.

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História

Por se tratar de um jogo antigo, parte da história está no manual, e como o jogo foi lançado para várias plataformas, essa história do manual já foi reescrita várias vezes. Dito isso, vou colocar aqui a melhor interpretação que encontrei, já que muito da história não é apresentada devidamente no jogo, pois ele foi programado de forma que os jogadores devem saber o que está acontecendo.

Oitocentos anos atrás existia um reino chamado Ys, que era governado por duas deusas e seis sacerdotes. Neste reino a magia existia, graças a uma misteriosa pedra chamada Black Pearl. Com a ajuda desta pedra os sacerdotes conseguiram criar a partir da terra, um novo tipo de metal que se parecia muito com a prata. Este metal ficou conhecido como Cleria e trouxe muita riqueza e prosperidade para o reino de Ys por muitos anos.

Um dia monstros começaram a aparecer naquela terra, e os sacerdotes acreditavam que o Cleria era o responsável por essa anomalia na natureza. Eles então decidiram enterrar todo o Cleria de volta na terra, com a esperança de que o mal desapareceria. Devido ao constante ataque dos monstros, o Santuário Solomon que protegia a Black Pearl, foi erguido aos céus para evitar que a pedra fosse destruída. Os monstros começaram a criar uma torre gigante, chamada Torre de Darm, para tentar alcançar o Santuário de Solomon (essa história da torre é contada com mais detalhes em Ys Origins).

Os seis sacerdotes tinham medo que a mesma história se repetisse no futuro, então cada um escreveu os eventos que haviam ocorrido em livros mágicos. No total foram criados seis livros, e cada livro foi entregue a seus respectivos descendentes durante as gerações que vieram. Com o passar dos anos aquela terra ficou conhecida como Esteria, e tudo o que aconteceu com Ys foi esquecido. Setecentos anos depois, o Cleria que havia sido enterrada é encontrada, e a prosperidade voltou mais uma vez para aquela terra, mas infelizmente os monstros começaram a surgir e a destruir tudo que encontravam pelo caminho mais uma vez.

A nossa história começa quando o jovem aventureiro de 17 anos chamado Adol Christin, acaba escutando os rumores sobre os monstros que estão atacando em Esteria. Ele sente em seu coração a necessidade de navegar até lá para investigar o que estava acontecendo, mas no caminho acaba naufragando por culpa de uma misteriosa tempestade que nunca tem fim. Essa tempestade funcionava como uma espécie de barreira, e depois de ser lançado até uma praia, Adol é encontrado e levado inconsciente até o Porto Barbado.

Depois de alguns dias inconsciente, Adol inicia a sua investigação e acaba conhecendo uma cartomante chamada Sara na cidade de Minea. Ela diz que um grande mal está varrendo a terra, e que Adol está destinado a sair em busca dos seis livros de Ys, que contêm todo o conhecimento necessário para acabar com o mal. Adol aceita seu destino, e iniciamos a nossa jornada.

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Parte Boa

O Mundo

Apesar de ser um jogo antigo, o título tem um mundo bem interessante e uma história que faz o jogador querer saber o que vai acontecer depois. Isso é tão verdade, que a história desse jogo não termina aqui, e se você realmente quiser saber o que acontece, tem que jogar Ys II: The Final Chapter de 1988, que é uma continuação direta do primeiro título, algo que não era tão comum nessa época.

Cada NPC tem algo para te dizer, e de alguma forma é relevante naquele mundo, fazendo com que queiramos conversar com todos para saber um pouco mais do que está acontecendo ali. Outra coisa bacana é que ao entrar nas casas ou estabelecimentos, podemos ver uma foto do NPC, e saber como ele realmente é, então passamos a ligar pixels a imagens de pessoas.

Neste Ys por exemplo, foi a primeira vez que apareceu o Dogi, personagem esse que te acompanha em vários outros jogos da franquia e é conhecido por gostar de quebrar paredes. Mas o é interessante aqui é ver como ele e Adol foram amadurecendo e crescendo durante os jogos da franquia. Os chefes também são bem construídos e os combates mudam drasticamente do normal, que é uma característica da série junto com as suas músicas. Falando em música, a trilha foi composta por Yuzo Koshiro que é só o cara responsável pela trilha sonora de Streets of Rage.

Outro ponto interessante é que existem OVAs que contam a história dos dois primeiros jogos. O primeiro é o Ys: Book One & Book Two que tem um total de 7 episódios lançados entre 1989 e 1991, que conta a história do primeiro jogo, adicionando conteúdo extra e alterando algumas coisas na história para fazer mais sentido. O segundo é o Ys: Castle In The Heavens que tem um total de 4 episódios lançados entre 1992 e 1993, que conta a história do segundo jogo, possui uma animação melhor, também adicionando conteúdo extra e alterando detalhes da história.

Apesar de serem bons OVAs para ajudarem entender a história, eles são produções de baixo orçamento, então não espere qualidade aqui. Um ponto que pode ser negativo, é que são difíceis de encontrar em boa qualidade, tanto que só encontrei em inglês.

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Extras e quests

O jogo possui algumas sidequests, mas tem que prestar atenção pois o título não te ajuda em nada. Muita coisa você tem que descobrir sozinho pelo mapa explorando, ou conversando com algum NPC específico. Por exemplo, um determinado NPC diz que perdeu um anel, e em uma determinada loja estão vendendo um anel, ai depende do jogador fazer esse tipo de conexão.

Outra coisa que os remakes trouxeram, são os conteúdos extras. Por exemplo, na versão da Steam, não começamos na cidade de Minea como é no jogo original, aqui começamos no Porto Barbado, que adiciona novos NPCs, e explica um pouco como Adol foi encontrado desacordado. Também existem opções de mudar entre os gráficos normais ou os de PSP por exemplo, entre outras melhorias.

Outra coisa que foi adicionada foram os achievements, que adicionam o desafio extra no jogo, como por exemplo encoxar a Feena no final do corredor.

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Níveis e dicas

O jogo é relativamente curto, tanto que o level máximo que podemos atingir é o level 10. A história é dividida em duas etapas, a primeira etapa é visitando os vilarejos, e a segunda etapa é dentro da Torre de Darm, então o recomendado é upar até o level 10 antes de entrar na torre, que uma vez que entrar ali, não tem mais volta.

Outro ponto interessante é que quando compramos ou encontramos alguma armadura e equipamos o set completo no Adol, o sprite dele também muda. Mas infelizmente só o equipamento e o level não vão te salvar de morrer, mas graças a Deus, dá pra ajustar o nível de dificuldade antes de iniciar a partida, e eu recomendo que escolha o nível mais fácil, e vou explicar isso a seguir.

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Parte Ruim

Dificuldade

Esse jogo é difícil, simplesmente injusto. O chefe final na versão da Steam, mesmo utilizando equipamento de prata (Cleria), que o chefão final é fraco contra, o jogo te faz depender da sorte para você poder vencer. Dependendo da direção que o chefe toma, simplesmente você morre sem poder fazer nada. Nunca joguei contra um chefe tão difícil na minha vida, e isso porque eu estava na dificuldade normal.

Outra coisa frustrante, é que se você morrer, volta desde o último save, então eu que morria no chefe final em 15 segundos por exemplo, tinha que voltar e passar por toda a explicação final novamente para morrer 15 segundos mais tarde. Mas mesmo assim o recomendável é salvar sempre que possível.

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Combate nada amigável

O combate desse jogo é uma mistura de amor e ódio. Tem pessoas que ama o combate do fundo do coração, e tem pessoas que simplesmente odeia esse combate, eu particularmente encontrei que funciona bem pro título se consideramos a época que ele foi feito, mas pros dias atuais não tem como.

O combate funciona no estilo Bump, isso quer dizer que para atacar o inimigo ou ser atacado, devemos empurrar o inimigo enquanto caminhamos. Dependendo da forma que tocamos no inimigo, podemos tomar ou dar dano, é meio difícil explicar mas na hora de fazer é bem intuitivo.

Por um lado o sistema te ajuda na hora de fazer grind, por outro lado tira um pouco da graça pois nunca temos certeza se vamos atingir o inimigo da maneira correta para não tomar dano. Falando nisso, o dano que os inimigos causam é relativamente alto, mas se ficamos parados no mapa, o HP vai recuperando sozinho. Dentro das dungeons o HP não recupera automaticamente, a menos que você tenha um determinado item equipado.

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Torre e backtracking

Conforme comentei anteriormente o jogo é bem curtinho, existem apenas 3 cidades para visitar, sendo que tem uma pegadinha aqui. A primeira cidade que foi adicionada como um extra, não te deixa comprar uma arma, então em teoria saímos desarmados (teoria porque dá para pegar uma arma através de uma sidequest). O problema é que você vai morrer se você tentar lutar desarmado, então tem que ir fugindo dos inimigos até a cidade de Minea, um problema que não existia na versão original do jogo.

Outro problema é que da metade do jogo para frente se passa dentro da Torre de Darm, que é uma dungeon bem longa e cansativa, já que os cenários não mudam tanto e a torre é um labirinto gigante e cheio de inimigos. Como já temos que estar no level máximo antes de entrar na torre, não tem mais sentido lutar contra os inimigos já que não vamos subir de nível, e o dinheiro que ganhamos não podemos utilizar, já que não podemos sair da torre, e com isso perdemos o sentimento de progressão.

Além disso existem alguns momentos que temos que utilizar determinados itens em determinados cenário para poder avançar na história, inclusive existem itens que utilizamos somente uma vez no jogo inteiro. O problema aqui é que pode acontecer que você chegou em determinado ponto da história, e não tem o bendito item para prosseguir, fazendo você ter que voltar todo o caminho para pegar o item que faltava.

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Conclusão

RankB

O primeiro Ys é um bom jogo se você tiver a mente aberta para ele. Tem que considerar que ele saiu em 1987, possui mecânicas que antigas que podem não agradar a todos, tem um chefe final impossível na versão atual da Steam que é menos completa que a versão do TurboGrafx-CD de 1989, mas com seus NPCs carismáticos, história interessante e música sensacional, é um jogo que vale a pena dar uma conferida.

Ainda por cima existem os OVAs para quem quiser só conhecer a história, mas se for para jogar segue a minha dica e na primeira vez vai de easy sem medo de ser feliz, pra você passar menos raiva no chefe final.

Até a próxima!


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 Sogoken
08/01/2019 
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