Quando Adol conhece Ys
Sendo continuação direta do primeiro título da franquia, será que consegue fechar a duologia com chave de ouro?
- Nome: Ys I & II Chronicles+
- Plataforma: PC
- Lançado: 14/02/2013
- Finalizado: 24/07/2018
- Duração: 11 Horas
Lançado em Junho de 1988, Ys II é a continuação direta do primeiro título da série, tanto que essa duologia atualmente é vendida em um único pacote, já que para saber a história completa é necessário jogar ambos os títulos.
Hoje em dia a Steam é a maneira mais fácil de encontrar este jogo, mas a versão do TurboGrafx-CD segue sendo a melhor experiência até hoje.
Assim como é obrigatório jogar o primeiro jogo, recomendo que leiam a análise que eu fiz sobre ele bem aqui, pois muitas curiosidades eu já mencionei por lá, e não voltarei a repetir.
História
O jogo começa imediatamente depois dos eventos do primeiro jogo. Adol é teletransportado da Torre de Darm diretamente para uma ilha flutuante que se encontrava logo acima.
Cansado pela batalha anterior, Adol perde a consciência, mas por sorte é encontrado por Lilia. Ele é levado até um vilarejo próximo onde descobre que na verdade está em Ys, e a mãe da garota pede a Adol entregar uma carta ao único médico da cidade. Depois de sair em nossa jornada, descobrimos que o doutor que estava desaparecido, na verdade está preso dentro de uma caverna infestada de monstros, e é aí que começa a nossa aventura.
Continuação
Esse jogo é uma continuação direta do primeiro Ys, e manteve tudo o que era bom e ainda expandiu ainda mais o universo.
Assim como no primeiro jogo, o sistema de batalha continua sendo o Bump System para alegria ou infelicidade de alguns. Vários personagens do jogo anterior dão as caras por aqui novamente, mas infelizmente o Dogi não participa da aventura.
Outro ponto positivo é que as músicas continuam sendo empolgantes e Yuzo Koshiro mandou muito bem novamente, já que esse título tem uma das melhores músicas de toda a franquia, que é a música de abertura “To Make The End of Battle” que por acaso é a minha música de Ys favorita, e que também é a favorita do atual presidente da Falcom, o Toshihiro Kondo.
Ys II também teve um OVA intitulado Castle in the Heavens, que contém 4 episódios lançados entre 1992 e 1993, que conta a história do jogo, adicionando conteúdo extra e alterando detalhes da história. E volto a reforçar que se trata de um OVA de baixo orçamento, então não espere muita coisa por aqui.
Melhorias e sistema de magias
O segundo título da série recebeu várias melhorias em comparação ao primeiro, como por exemplo o sistema de magias.
Adol agora pode soltar magias, e para isso faz o uso de uma barra de mana que antes não existia. Ao utilizar as magias vamos gastando essa barra de mana, e ela vai enchendo automaticamente com o passar do tempo.
Existem seis magias disponíveis no jogo, sendo que a magia de Fogo é a única que realmente causa dano aos inimigos e é uma das mais utilizadas em combate junto com a magia do Tempo e a magia de Escudo.
Também existe a magia de Roo, que permite Adol se transformar em um animal selvagem, que faz com que os inimigos não o ataquem. Quando estamos nesta forma, também podemos conversar com qualquer inimigo como um NPC, e alguns dão dicas muito valiosas. Em resumo é uma mecânica bem interessante que eu gostei bastante.
Como comentei, conforme vamos utilizando as magias, a nossa barra de mana vai gastando, mas agora também contamos com um sistema de itens, onde podemos consumir determinados itens para restaurar a nossa Mana ou até mesmo o nosso HP.
Esses itens são encontrados pelo mapa, e alguns estão disponíveis para compra nas lojas, e também existem os que são conseguidos só por meio de sidequest. Podemos levar conosco no máximo de 3 itens do mesmo tipo e isso ajuda a não quebrar o jogo, apesar de que existe um Elixir que vale 60.000, que é o item mais caro do jogo que se pode obter e utilizar uma única vez. Esse Elixir só tem o poder de nos reviver automaticamente caso percamos a vida.
Dificuldade e outros detalhes
Ys II é bem mais fácil comparado ao título anterior da série, e vou explicar os motivos para isso a seguir.
Neste jogo, Adol pode chegar até o level 55, sendo que no level 48 já temos o HP maximizado. Comparado ao primeiro jogo que possuía somente 10 níveis, os desenvolvedores deixaram um alguns níveis extras que o jogador só precisa alcançar caso queira uma experiência mais suave.
O último chefe comparado ao do primeiro jogo, também é um passeio no parque, principalmente se você tiver a combinação certa de itens e habilidades. Fora isso, os níveis de dificuldade apenas alteram o dano que damos e recebemos, então se você está com dificuldades de prosseguir, mudar para o easy com certeza vai solucionar todos os seus problemas sem nenhuma penalidade.
O jogo também tem personagens bem carismáticos e um final bem satisfatório que eu gostei bastante, além de também contar com um sistema de achievements (na Steam) para aqueles que buscam os 100%. E até tem achievement bem loucos como deitar na cama de todas as meninas.
Abuso de magias
Apesar de o sistema de magias ser uma boa inovação, os desenvolvedores abusaram deste sistema. Para dar uma ideia mais clara do que estou querendo dizer, digamos que o jogo possui 7 chefes, e entre eles devemos matar 5 com o uso de magias. Tudo bem que é uma mecânica nova, mas gostaria que o jogo não nos obrigasse a utilizar determinada mecânica, pois seria melhor se tivesse a possibilidade de vencer o mesmo chefe de diversas maneiras.
Também existem diversos puzzles que se solucionam com o uso de magia, o que na verdade é algo bom, mas tem alguns que ou o jogador tem que prestar muita atenção nos comentários dos NPCs para saber exatamente o que fazer, ou tem que utilizar um guia para poder avançar, pois não são nada amigáveis.
Um jogo antigo
O segundo Ys ainda mantém vários problemas do título anterior, como a utilização do backtracking por exemplo, nos forçando a passar pelos mesmos lugares de novo e de novo.
Existem áreas que te obrigam a fazer grind para avançar, mas a parte boa é que pelo menos os desenvolvedores adicionaram inimigos que te dão muita experiência, que são poderosos e necessitam uma certa habilidade do jogador para vencê-los, mas depois que pegamos o jeito subir de nível fica fácil.
Também existem itens que temos que utilizar uma única vez no jogo, o que eu acho um certo desperdício, além de chefes que necessitam algum tipo de equipamento específico para ser derrotado.
Quando recebemos a tela de Game Over, não existe a opção de voltar da onde morremos. Somos obrigados a voltar do nosso ultimo save, então é bem importante salvar o jogo o tempo todo, principalmente considerando que várias dungeons desse título são labirintos que revivem os monstros cada vez que entramos em alguma sala diferente.
Ys II trouxe várias melhorias comparado ao seu antecessor, uma dificuldade mais balanceada e um mundo maior com muitos personagens carismáticos, ainda é uma boa experiência apesar do uso obrigatório de magia, labirintos em formato de dungeons, e um backtracking absurdo que deixa este título menos amigável para novos jogadores.
Eu particularmente prefiro o clima do primeiro jogo, mas me diverti bastante com essa sequência também. E se considerarmos que este título foi desenvolvido em 1988, é possível perdoar quase todos os pontos negativos.
Em resumo, não existe sentido em jogar Ys II sem ter jogado o primeiro título, e se você gostou do primeiro título, com certeza vai gostar deste também.